Um pouco de Literatura Brasileira
A Literatura Brasileira produziu através de uma raíz que sendo nativa sempre esteve aberta a novos desenvolvimentos pelo contato com outras culturas. Machado de Assis, por exemplo, foi um leitor da produção literária francesa e inglesa, utilizando elementos externos para compor o tradicional, falando da condição humana.
No começo de nossa história, a literatura brasileira era impregnada do modelo europeu, com a influência dos modelos ingleses, franceses e portugueses. Aos poucos o Brasil começou adquirir autonomia cultural, principalmente na época do romantismo. Os pré-românticos e românticos ingleses foram em busca de suas raízes culturais. O Brasil também buscou delinear sua identidade como nação.
No começo de nossa história, a literatura brasileira era impregnada do modelo europeu, com a influência dos modelos ingleses, franceses e portugueses. Aos poucos o Brasil começou adquirir autonomia cultural, principalmente na época do romantismo. Os pré-românticos e românticos ingleses foram em busca de suas raízes culturais. O Brasil também buscou delinear sua identidade como nação.
O caminho rumo a uma identidade nacional passou pelo americanismo, que se opunha à Europa, mas que não delineava nenhum de nossos traços, chegando a um romantismo, dando voz ao brasileirismo, sertanista e indianista. Esta ação local, transformou a literatura transplantada, ocorreu através da consolidação da ”lingua brasileira”, com instrumento de expressão. Essa língua literária se desenvolve no período do romantismo, principalmente através de José de Alencar, que discute a questão da nacionalidade na literatura.
A língua brasileira tornou-se um mecanismo transmissor, o movimento romântico se tornou líder da procura da identidade de uma nação, que assumiu feições particulares acelerando um processo de descolonização que já tinha iniciado. De acordo com Antonio Cândido essa nova fase é um processo de tomada de consciência nacional, como um movimento de independência. Esse era um movimento de busca por mudanças, ocorrendo um grande esforço para realizar uma literatura separada, sendo um processo bem demorado. Havia uma estrutura social baseada no domínio dos grandes proprietários de terra e no trabalho escravo que perpetuava no modelo colonialista. As primeiras produções do romantismo, permeada por uma visão europeizada do mundo, traz uma tentativa de historiar a literatura como brasileira.
Ocorre um sentimento de brasilidade, mesmo que algumas obras fosse uma tentativa de identificação nacional. Eram manifestações de um povo. Por exemplo, o personagem Brás Cubas de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, que mostra a ironia como o brasileiro precisava buscar sua própria identidade. Os temas românticos aconteceram através de uma contextualização que se desenvolve até a criação de outros temas, como o regionalismo e o indianismo. As características do movimento romântico que oportunizaram a acomodação das características particular de uma literatura nacional.
Há uma justificativa que se estabelece com autenticidade dos sentimentos pessoais afirmando a individualidade, pois possibilita a busca da definição racional, a singularidade do país exigia uma literatura descolonizada e livre de influências.
Havia um respaldo para a valorização da especificidade cultural da nação. No entanto, é preciso que uma nação se estabeleça e também que uma grande quantidade de expressão literária forme imagem da nação para que a coletividade a veja e haja reconhecimento. O subjetivismo da época permitia esta expressão em formas variadas. O que confirma isso é a grande dose de poesia e lirismo presente em toda fase. A língua brasileira, também precisou se particularizar, diferenciando-se da língua portuguesa clássica em vários aspectos e encontrando seu próprio estilo. Houve uma introdução e uso de vocábulos indígenas e um ritmo poético na prosa que demonstram uma estilização romântica. O culto a natureza como fonte de inspiração, paz interior e alargamento da sensibilidade, dando condições ao escritor e um reflexão de sua psiquê atormentada por questões filosóficas existenciais.
A fuga ao passado, representa na Europa o retorno ao medievalismo e aos épicos relatos de heróis virtuosos. O regionalismo desta época, busca por uma auto definição, valorizando cada região brasileira e idealizando a figura do sertanejo como representação do brasileiro comum. Mas nesta época os sertanejos não estão totalmente integrados a regionalidade. Começou abrir algumas universidades, a partir daí o brasileiro começou a se instruir, tornando-se um leitor preocupado a buscar seus ideais.
O romantismo brasileiro europeu, conduzindo uma aceleração do processo de descolonização do Brasil e também no processo de identidade cultural. O Romantismo brasileiro não foi europeu, mas plural. O lirismo de Gonçalves Dias, uniu-se ao pessimismo melancólico de Fagundes Varela. Aos poemas de amor de Casimiro de Abreu, a poesia social de Castro Alves, todos com o objetivo de captar a realidade nacional.
O Romantismo europeu serviu à sensibilidade brasileira como um catalizador de informações, sentimentos, produziu um outro romantismo que tornou-se brasileiro e conduziu um processo de autonomia cultural.
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